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Foto do escritorFábio Martins Fonseca

Como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) Pode Ajudar Você a Desenvolver Autonomia e Mudar Seus Pensamentos

Atualizado: 22 de out.


Terapia cognitivo-comportamental integrada à consulta com psiquiatra Dr Fábio Fonseca em Campinas

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) se destaca por ser uma terapia prática e orientada para o presente, com um dos principais objetivos de promover a autonomia do paciente. A TCC oferece ferramentas para que os pacientes consigam, com o tempo, questionar seus próprios pensamentos automáticos, desenvolver uma visão mais equilibrada das situações e enfrentar desafios emocionais de forma mais eficaz, mesmo fora das sessões de terapia. Parte desse processo envolve fazer perguntas reflexivas que ajudam a explorar novas maneiras de ver e entender os problemas.


Abaixo estão alguns tipos de perguntas que você pode aprender a usar, tanto dentro quanto fora da terapia, para refletir sobre seus pensamentos e emoções:


1. Exploração de Alternativas


Essas perguntas ajudam a enxergar diferentes formas de interpretar uma situação e expandir suas perspectivas:


Situação: Um funcionário não recebeu um feedback positivo de um superior após entregar um projeto.


Pensamento automático: "Meu chefe não gostou do meu trabalho, e isso significa que sou incompetente."


  • "Existem outras maneiras de interpretar essa situação?" (Talvez o chefe estava ocupado ou não teve tempo de revisar o trabalho completamente.)


  • "O que uma pessoa que você respeita veria de forma diferente?" (Um colega poderia sugerir que o trabalho foi bem-feito, mas o chefe tem outros critérios em mente.)


  • "Quais outras explicações podem existir para o que aconteceu?" (O chefe pode estar satisfeito com o trabalho, mas não expressa elogios com frequência.)


  • Ao fazer essas perguntas, você abre espaço para considerar que sua primeira interpretação pode não ser a única verdade, o que reduz a carga emocional negativa de situações desafiadoras.


2. Desafio a Crenças Automáticas


Aqui, você desafia as crenças automáticas que muitas vezes assumimos como verdadeiras sem questionar:


  • Situação: Alguém termina um relacionamento e pensa que nunca mais encontrará outra pessoa.

  • Pensamento automático: "Eu nunca vou encontrar alguém que me ame de novo."


    • "O que faz você acreditar que isso é verdade em todas as circunstâncias?" (Talvez essa situação seja específica, e novas oportunidades de relacionamento podem surgir no futuro.)


    • "Essa crença se aplica a todas as áreas da sua vida ou apenas a essa situação?" (Essa crença pode ser verdadeira apenas no âmbito amoroso e não em outras áreas da vida, como no trabalho ou amizades.)


    • "Você está absolutamente certo de que isso sempre será verdade?" (Muitas vezes, o tempo cura feridas e novas conexões podem surgir.)


    • Essas perguntas promovem uma reavaliação das suposições que muitas vezes estão na raiz de nossos medos ou ansiedades, incentivando uma análise mais racional.


3. Avaliação de Consequências


Essas perguntas ajudam a refletir sobre as consequências, boas ou ruins, de manter certos pensamentos ou crenças:


  • Situação: Uma pessoa tem medo de falar em público e evita oportunidades de crescimento no trabalho.

  • Pensamento automático: "Eu sempre vou falhar se tiver que falar em público."


    • "Se você continuar acreditando nisso, como isso pode afetar sua vida a longo prazo?" (Essa crença pode limitar suas oportunidades de carreira e crescimento pessoal.)


    • "Se esse pensamento fosse verdade, como isso mudaria sua vida?" (Se fosse verdade, a pessoa poderia evitar experiências que a fariam crescer.)


    • Ao entender o impacto que certos pensamentos têm sobre nossas ações e emoções, fica mais fácil decidir se queremos ou não continuar com essas crenças


4. Comparação com Experiências Passadas


Pensar em como lidamos com situações semelhantes no passado pode ser útil:


  • Situação: Alguém está ansioso antes de uma entrevista de emprego.

  • Pensamento automático: "Eu vou fracassar nessa entrevista, assim como nas outras."


    • "Você já passou por algo semelhante antes? Como você lidou com isso?" (Talvez a pessoa tenha passado por uma situação semelhante e tenha conseguido superar a ansiedade anteriormente.)


    • "O que você fez naquela situação que poderia ser útil agora?" (Técnicas de respiração ou preparação antecipada podem ajudar a reduzir o nervosismo.)

      Relembrar experiências anteriores pode oferecer valiosas lições e estratégias de enfrentamento que já funcionaram no passado.


5. Consideração de Pontos de Vista Externos


Às vezes, pode ser útil pensar sobre como outras pessoas veriam a situação:


  • Situação: Um estudante acredita que não é inteligente o suficiente para passar em uma prova importante.

  • Pensamento automático: "Eu nunca vou ser capaz de passar nesta prova."


    • "O que uma pessoa que você respeita diria sobre essa situação?" (Talvez um professor ou amigo diria que o estudante tem capacidade, mas precisa de mais confiança e preparação.)


    • "Se você estivesse aconselhando um amigo que estivesse passando por isso, o que você diria?" (Você provavelmente diria a um amigo para confiar em suas habilidades e seguir em frente com dedicação.)


Essa técnica ajuda a tirar o foco de si mesmo e a enxergar o problema sob uma nova luz, reduzindo a carga emocional.


6. Testes Práticos de Crenças


Você pode testar suas crenças na prática e ver se elas se sustentam:

  • Situação: Alguém acredita que seus colegas de trabalho não gostam dele.

  • Pensamento automático: "Ninguém no trabalho gosta de mim."


    • "Como você poderia testar essa crença para ver se ela é verdadeira?" (Tente se aproximar de um colega para uma conversa amigável e veja como ele reage.)


    • "Você já tentou agir de forma diferente para ver o que acontece?" (Talvez ao ser mais aberto e amigável, os colegas de trabalho possam se aproximar mais.)


Essas perguntas estimulam a ação e ajudam a testar, de maneira prática, se suas suposições sobre a situação são verdadeiras.


7. Impacto sobre Outros


Essas perguntas ajudam a refletir sobre como seus pensamentos afetam seus relacionamentos:

  • Situação: Uma pessoa acredita que precisa ser perfeita em tudo o que faz para que os outros a respeitem.

  • Pensamento automático: "Se eu cometer erros, as pessoas não vão me respeitar."


    • "Como esse pensamento influencia a maneira como você se relaciona com as pessoas?" (Esse pensamento pode fazer com que a pessoa seja excessivamente crítica consigo mesma e com os outros, prejudicando relacionamentos.)


    • "Se você mudasse essa crença, como isso afetaria suas interações sociais?" (Ao aceitar que todos cometem erros, a pessoa pode se tornar mais relaxada e acessível, melhorando suas interações.

    • Pensar sobre o impacto social dos nossos pensamentos pode ajudar a ajustar comportamentos que estão prejudicando os relacionamentos.


Desenvolvendo Autonomia na Terapia


Um dos grandes benefícios da TCC é que ela não é apenas uma terapia para ser aplicada em consultório. O objetivo é que, com o tempo, você se torne seu próprio terapeuta, usando essas perguntas reflexivas no dia a dia. Isso promove autonomia e permite que você enfrente os desafios da vida de maneira mais eficaz, sem depender constantemente do terapeuta.

Ao adotar essas estratégias de questionamento e reflexão, você pode reestruturar seus pensamentos e mudar a maneira como vê o mundo e suas emoções. A longo prazo, isso leva a uma vida mais equilibrada e consciente, onde você é capaz de desafiar crenças limitantes e adotar formas de pensamento mais positivas e realistas.



Referências:

  • Padesky, C. A., & Mooney, K. A. (1990). Cognitive Therapy: A Practical Guide.

  • Beck, J. S. (2011). Cognitive Behavior Therapy: Basics and Beyond.

  • Greenberger, D., & Padesky, C. A. (1995). Mind Over Mood: Change How You Feel by Changing the Way You Think.


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