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A Importância da Empatia no Tratamento Psiquiátrico

  • Foto do escritor: Fábio Martins Fonseca
    Fábio Martins Fonseca
  • 17 de out. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 18 de dez. de 2024


empatia e compaixão pelo paciente



Como psiquiatra, acredito na frase: "Ninguém se importa com o quanto você sabe, até que saibam o quanto você se importa." Essa ideia reflete algo fundamental: o conhecimento técnico é importante, mas o impacto real só acontece quando o paciente sente que o médico está genuinamente preocupado com seu bem-estar. Isso pode parecer simples, mas muitos pacientes que passaram por tratamentos frios e impessoais não percebem como a empatia e a validação de suas experiências são cruciais para o sucesso do tratamento.


Por que a Empatia é Importante?


Muitas vezes, pacientes chegam à consulta esperando uma solução rápida, como uma prescrição ou técnica imediata. No entanto, o que realmente faz diferença é combinar o conhecimento técnico com cuidado humano. A escuta ativa, a validação das emoções e a demonstração de empatia criam uma base de confiança essencial para que o tratamento funcione.


Por exemplo:

  • Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Um paciente pode se sentir angustiado com pensamentos como "E se eu não tiver trancado a porta?". Antes de começar o tratamento técnico, é importante reconhecer a ansiedade que ele está sentindo, mostrando que você entende o peso dessa experiência.

  • Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Pacientes muitas vezes compartilham preocupações como "E se tudo der errado?". Validar essas ansiedades antes de oferecer soluções ajuda a criar uma abordagem mais colaborativa.

  • Depressão: Quando alguém diz "Nada do que faço importa", reconhecer a dor por trás dessas palavras é o primeiro passo para ajudar a reconstruir a autoestima.


Como Aplicar a Empatia na Prática


Na prática, a empatia molda como o tratamento é conduzido. Aqui estão algumas formas de aplicá-la:


  1. Escutar antes de sugerir soluções: Quando um paciente enfrenta dificuldades para seguir o tratamento, pergunte: "O que está tornando isso mais difícil para você agora?" Isso ajuda a entender melhor o que está acontecendo antes de agir.

  2. Criar um ambiente acolhedor, mesmo online: Em consultas virtuais, a conexão pode parecer distante, mas mostrar que você está realmente presente e ouvindo faz toda a diferença. Se o paciente se sente isolado, escute antes de dar conselhos.

  3. Validar emoções difíceis: Quando um paciente tem medo de ser julgado, dizer algo como "Entendo que deve ser difícil falar sobre isso, mas está tudo bem, vamos no seu ritmo" ajuda a construir confiança.


A Relação Entre Empatia e Confiança


Demonstrar empatia cria um ambiente seguro onde o paciente pode explorar questões difíceis sem medo de julgamento. Essa confiança é essencial para o progresso no tratamento.


Por exemplo:

  • Um paciente com TOC pode relatar o medo de algo ruim acontecer se não realizar uma compulsão. Reconhecer o sofrimento por trás desse pensamento antes de oferecer explicações técnicas fortalece a confiança e facilita o trabalho conjunto.


Conclusão


A frase "Ninguém se importa com o quanto você sabe, até que saibam o quanto você se importa" resume uma verdade importante: o conhecimento técnico só faz diferença quando o paciente sente que você realmente se preocupa com ele. Essa conexão humana é a base do sucesso terapêutico. Ao combinar empatia com técnicas eficazes, é possível ajudar os pacientes a alcançarem uma melhora real e significativa em suas vidas.



Dr. Fábio Martins Fonseca é psiquiatra e psicoterapeuta com mais de 20 anos de experiência. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Comportamental Dialética, possui formação pela UNICAMP e certificações internacionais. Oferece atendimento personalizado, baseado em evidências, presencial e on-line, em português e inglês.

Contato:📞 (19) 4141-9003 | 📱 (19) 99184-0456📧 fabiomfonseca@uol.com.br

 
 
 

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