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  • A Importância da Empatia no Tratamento Psiquiátrico

    Como psiquiatra, acredito na frase: "Ninguém se importa com o quanto você sabe, até que saibam o quanto você se importa."  Essa ideia reflete algo fundamental: o conhecimento técnico é importante, mas o impacto real só acontece quando o paciente sente que o médico está genuinamente preocupado com seu bem-estar. Isso pode parecer simples, mas muitos pacientes que passaram por tratamentos frios e impessoais não percebem como a empatia e a validação de suas experiências são cruciais para o sucesso do tratamento. Por que a Empatia é Importante? Muitas vezes, pacientes chegam à consulta esperando uma solução rápida, como uma prescrição ou técnica imediata. No entanto, o que realmente faz diferença é combinar o conhecimento técnico com cuidado humano. A escuta ativa, a validação das emoções e a demonstração de empatia criam uma base de confiança essencial para que o tratamento funcione. Por exemplo: Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC):  Um paciente pode se sentir angustiado com pensamentos como "E se eu não tiver trancado a porta?". Antes de começar o tratamento técnico, é importante reconhecer a ansiedade que ele está sentindo, mostrando que você entende o peso dessa experiência. Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG):  Pacientes muitas vezes compartilham preocupações como "E se tudo der errado?". Validar essas ansiedades antes de oferecer soluções ajuda a criar uma abordagem mais colaborativa. Depressão:  Quando alguém diz "Nada do que faço importa", reconhecer a dor por trás dessas palavras é o primeiro passo para ajudar a reconstruir a autoestima. Como Aplicar a Empatia na Prática Na prática, a empatia molda como o tratamento é conduzido. Aqui estão algumas formas de aplicá-la: Escutar antes de sugerir soluções:  Quando um paciente enfrenta dificuldades para seguir o tratamento, pergunte: "O que está tornando isso mais difícil para você agora?" Isso ajuda a entender melhor o que está acontecendo antes de agir. Criar um ambiente acolhedor, mesmo online:  Em consultas virtuais, a conexão pode parecer distante, mas mostrar que você está realmente presente e ouvindo faz toda a diferença. Se o paciente se sente isolado, escute antes de dar conselhos. Validar emoções difíceis:  Quando um paciente tem medo de ser julgado, dizer algo como "Entendo que deve ser difícil falar sobre isso, mas está tudo bem, vamos no seu ritmo" ajuda a construir confiança. A Relação Entre Empatia e Confiança Demonstrar empatia cria um ambiente seguro onde o paciente pode explorar questões difíceis sem medo de julgamento. Essa confiança é essencial para o progresso no tratamento. Por exemplo: Um paciente com TOC pode relatar o medo de algo ruim acontecer se não realizar uma compulsão. Reconhecer o sofrimento por trás desse pensamento antes de oferecer explicações técnicas fortalece a confiança e facilita o trabalho conjunto. Conclusão A frase "Ninguém se importa com o quanto você sabe, até que saibam o quanto você se importa"  resume uma verdade importante: o conhecimento técnico só faz diferença quando o paciente sente que você realmente se preocupa com ele. Essa conexão humana é a base do sucesso terapêutico. Ao combinar empatia com técnicas eficazes, é possível ajudar os pacientes a alcançarem uma melhora real e significativa em suas vidas. Dr. Fábio Martins Fonseca  é psiquiatra e psicoterapeuta com mais de 20 anos de experiência. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Comportamental Dialética, possui formação pela UNICAMP e certificações internacionais. Oferece atendimento personalizado, baseado em evidências, presencial e on-line, em português e inglês. Contato: 📞 (19) 4141-9003  | 📱 (19) 99184-0456 📧 fabiomfonseca@uol.com.br

  • TDAH no Adulto: Desafios, Avanços e a Importância da Terapia Cognitivo-Comportamental

    TDAH no Adulto: Impacto, Sintomas e Tratamento Embora o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) seja frequentemente associado à infância, ele persiste em muitos adultos, afetando cerca de 3 a 5% da população mundial. Muitos convivem com sintomas como desatenção, impulsividade e inquietação sem perceber que essas dificuldades estão relacionadas ao transtorno. Esse desconhecimento frequentemente leva os sintomas a serem confundidos com estresse ou desorganização, retardando o diagnóstico. Este artigo aborda como o TDAH se manifesta na vida adulta, os avanços no tratamento e o papel essencial da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) na gestão eficaz dos sintomas. Sintomas do TDAH no Adulto Nos adultos, o TDAH se apresenta de forma diferente do que em crianças. Os sintomas principais — desatenção, impulsividade e inquietação — tendem a ser mais sutis e complexos. Aqui estão os mais comuns: Dificuldade em manter o foco : A concentração em tarefas monótonas ou prolongadas pode ser um grande desafio, dificultando o cumprimento de prazos no trabalho ou o foco em atividades importantes. Desorganização : Desde administrar as finanças até organizar o espaço físico, a sensação constante de estar “atrasado” ou sobrecarregado é frustrante. Impulsividade : Decisões rápidas e sem planejamento, como compras excessivas ou mudanças repentinas de carreira, são frequentes. Inquietação mental : Embora a hiperatividade física diminua com a idade, muitos adultos com TDAH relatam um “turbilhão” constante de pensamentos. Impacto nas Relações Interpessoais Os sintomas do TDAH podem afetar significativamente os relacionamentos. Desatenção e impulsividade, por exemplo, são frequentemente mal interpretadas como falta de interesse ou desleixo. Dificuldade em manter o foco nas conversas : Desafios em ouvir ativamente podem ser percebidos como desinteresse. Esquecimento de compromissos : Isso pode causar atritos com familiares e parceiros, que veem o comportamento como descuido. Explosões emocionais : Reações intensas a situações cotidianas podem dificultar a convivência. Estratégias práticas : Use lembretes no celular para compromissos. Explique o TDAH para pessoas próximas, promovendo empatia. Pratique escuta ativa e técnicas de mindfulness. Desafios no Ambiente de Trabalho No ambiente profissional, o TDAH pode gerar dificuldades como: Problemas com prazos : A procrastinação frequente afeta a produtividade. Gerenciamento de tempo : Dificuldades em priorizar tarefas levam ao acúmulo de trabalho. Perda de foco : Reuniões longas e tarefas detalhadas podem rapidamente perder a atenção. Dicas para melhorar o desempenho : Divida grandes projetos em etapas menores e gerenciáveis. Experimente a técnica Pomodoro, alternando períodos curtos de foco com pausas. Use ferramentas visuais, como Trello ou aplicativos de listas, para organizar tarefas. O Papel da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) A TCC é uma abordagem eficaz para adultos com TDAH, complementando o uso de medicamentos. Enquanto os remédios ajudam no controle dos sintomas, a TCC ensina estratégias práticas para gerenciar desafios diários, como: Organização pessoal : Aprenda a criar rotinas, usar listas de tarefas e gerenciar melhor o tempo. Controle da impulsividade : Identifique gatilhos e adote reflexões antes de agir. Habilidades sociais : Desenvolva comunicação assertiva e técnicas para resolver conflitos. Redução da procrastinação : Quebre tarefas grandes em metas menores e recompense-se ao alcançá-las. Combinação de TCC e Medicamentos O tratamento mais eficaz para o TDAH combina TCC e medicação. Enquanto os medicamentos melhoram o foco e reduzem a impulsividade, a TCC fornece ferramentas para superar desafios diários. Essa abordagem integrada permite uma melhora significativa na qualidade de vida. Avanços no Tratamento do TDAH Os últimos anos trouxeram importantes avanços no diagnóstico e tratamento do TDAH em adultos: Diagnóstico mais preciso : A conscientização aumentou, e novas ferramentas ajudam a identificar o transtorno em estágios iniciais. Medicamentos personalizados : Maior variedade de opções possibilita tratamentos adaptados às necessidades individuais. Terapias complementares : Técnicas como mindfulness ajudam a melhorar o foco e reduzir o estresse, complementando o tratamento tradicional. Por Que Tratar o TDAH? Sem tratamento, o TDAH pode impactar gravemente várias áreas da vida. Com uma abordagem adequada, é possível: Melhorar o desempenho profissional. Fortalecer relacionamentos interpessoais. Reduzir o estresse emocional e os sentimentos de inadequação. O acompanhamento contínuo com um médico ou psicólogo é essencial para ajustes no tratamento e para atender às necessidades específicas de cada paciente. Perspectivas Positivas Embora o TDAH traga desafios, ele também pode ser uma fonte de habilidades valiosas, como criatividade e adaptabilidade em situações dinâmicas. Com o tratamento adequado, é possível transformar dificuldades em oportunidades, vivendo uma vida equilibrada e produtiva. Se você ou alguém que conhece está lidando com o TDAH, procure ajuda profissional. O diagnóstico e o tratamento certos podem fazer uma diferença transformadora na qualidade de vida. Dr. Fábio Martins Fonseca  é psiquiatra e psicoterapeuta com mais de 20 anos de experiência. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Comportamental Dialética, possui formação pela UNICAMP e certificações internacionais. Oferece atendimento personalizado, baseado em evidências, presencial e on-line, em português e inglês. Contato: 📞 (19) 4141-9003  | 📱 (19) 99184-0456 📧 fabiomfonseca@uol.com.br

  • TDAH no Trabalho: Desafios e Estratégias Práticas

    Estratégia para lidar com tdah adulto no trabalho TDAH no Ambiente de Trabalho: Entendendo Desafios e Criando Estratégias para o Sucesso O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é conhecido pelos sintomas de desatenção, impulsividade e dificuldades de organização. No ambiente de trabalho, esses desafios podem se manifestar de forma única, impactando desde a capacidade de cumprir prazos até as relações interpessoais. No entanto, com as estratégias certas, é possível transformar limitações em oportunidades e criar um ambiente profissional mais produtivo e satisfatório. TDAH no Trabalho: O Dilema de Revelar ou Não o Diagnóstico Uma das questões mais comuns entre profissionais com TDAH é: "Devo contar no trabalho que tenho o transtorno?" A resposta não é simples, pois depende do contexto e das necessidades do indivíduo. Revelar o diagnóstico pode ser útil, especialmente se for necessário pedir adaptações, como horários flexíveis ou um espaço mais silencioso para trabalhar. Por outro lado, há o risco de o TDAH ser mal compreendido, levando a preconceitos ou julgamentos equivocados. Exemplo prático:  Uma paciente enfrentou dificuldades em um novo emprego porque não informou seu diagnóstico. Ela não conseguiu se organizar para lidar com múltiplas tarefas e acabou sendo demitida. Mais tarde, com o diagnóstico oficial, percebeu que uma conversa com o gestor poderia ter levado a pequenas mudanças — como o uso de ferramentas para organização ou reuniões mais estruturadas — que teriam evitado o problema. Por outro lado, revelar o diagnóstico também exige cautela. É importante garantir que o local de trabalho tenha uma cultura de acolhimento e compreensão, evitando possíveis discriminações. Evitando Generalizações: Cada Caso é Único Nem todas as pessoas com TDAH enfrentam os mesmos desafios no trabalho, e generalizar pode ser prejudicial. Por exemplo, enquanto algumas têm dificuldade em ambientes ruidosos, outras se beneficiam de um nível moderado de estimulação, como música ou sons ambientes, para se concentrar melhor. Exemplo prático:  Um profissional com TDAH pode ser excelente em tarefas criativas ou que exigem respostas rápidas, mas pode lutar para lidar com prazos longos que demandam planejamento detalhado. Isso reforça a importância de personalizar as estratégias de trabalho para cada indivíduo, em vez de assumir que todas as pessoas com TDAH têm os mesmos problemas. O Papel do Autoconhecimento: Um Guia para a Ação Compreender como o TDAH afeta seu desempenho é essencial para o desenvolvimento de estratégias eficazes. Autoconhecimento significa reconhecer padrões — como a procrastinação ou a dificuldade em priorizar — e criar formas práticas de lidar com eles. Exemplo prático:  Muitos profissionais com TDAH têm dificuldade com grandes projetos. Dividir essas tarefas em etapas menores e criar checklists pode aliviar a sensação de sobrecarga. Assim, ao invés de olhar para um grande projeto como algo assustador, a pessoa vê uma série de pequenas conquistas, o que aumenta a confiança e a motivação. Outro ponto importante é entender os horários de maior produtividade. Algumas pessoas com TDAH funcionam melhor de manhã, enquanto outras são mais produtivas à tarde ou à noite. Ajustar o cronograma de trabalho para aproveitar esses momentos pode ser uma mudança poderosa. Relações Interpessoais no Trabalho: O Desafio das Conversas Informais Um aspecto frequentemente negligenciado é a vida social no ambiente profissional. Para muitas pessoas com TDAH, as interações casuais — como conversar na pausa para o café ou participar de pequenas conversas antes de reuniões — podem parecer desnecessárias ou até desconfortáveis. No entanto, essas interações (conhecidas como small talk ) são fundamentais para criar conexões e fortalecer relacionamentos no trabalho. Exemplo prático:  Um paciente relatou que tinha dificuldade em participar dessas conversas, pois frequentemente interrompia os colegas ou desviava o assunto de forma impulsiva. Com orientação, ele aprendeu a ouvir mais ativamente e a fazer perguntas simples, como "Como foi o fim de semana?" ou "Você viu aquele evento da empresa?". Embora parecessem interações triviais, isso fortaleceu suas relações profissionais e aumentou sua aceitação na equipe. O Jogo Político do Trabalho: Sinceridade Versus Estratégia Pessoas com TDAH tendem a ser extremamente sinceras, o que pode ser uma qualidade valiosa. No entanto, no ambiente de trabalho, essa transparência pode ser interpretada como ingenuidade ou falta de estratégia em situações políticas ou negociações. Exemplo prático:  Um profissional com TDAH revelou informações confidenciais sobre um projeto em uma reunião por impulso, prejudicando a confiança da equipe. Após identificar esse padrão, ele começou a usar um truque simples: fazer anotações durante reuniões para ganhar tempo antes de responder a perguntas importantes. Isso ajudou a evitar respostas impulsivas e a demonstrar maior controle em situações estratégicas. A Importância do Sono: A Base da Produtividade O sono desempenha um papel crucial na gestão do TDAH. Problemas como insônia ou sono de baixa qualidade podem intensificar sintomas como desatenção e irritabilidade. Dicas práticas: Estabeleça uma rotina de sono regular, indo para a cama e acordando sempre no mesmo horário. Evite o uso de eletrônicos antes de dormir, pois a luz azul afeta a produção de melatonina. Pratique técnicas de relaxamento, como meditação ou leitura leve, para reduzir a hiperatividade mental. Impacto:  Muitos pacientes relatam que melhorar a qualidade do sono não apenas aumenta a capacidade de foco no trabalho, mas também reduz a irritabilidade, facilitando as interações sociais. Conclusão O impacto do TDAH no ambiente de trabalho é profundo e único para cada indivíduo. Com estratégias como o autoconhecimento, o uso de ferramentas práticas de organização, a gestão das relações interpessoais e o cuidado com a saúde mental e física, é possível superar desafios e alcançar sucesso profissional. Mais importante, as pessoas com TDAH não precisam se moldar a um padrão único de produtividade. Em vez disso, devem buscar um equilíbrio que valorize suas habilidades únicas enquanto gerenciam suas limitações. Com as ferramentas certas, é possível transformar o TDAH em uma vantagem no ambiente de trabalho, alcançando não apenas resultados, mas também satisfação pessoal e profissional. Dr. Fábio Martins Fonseca  é psiquiatra e psicoterapeuta com mais de 20 anos de experiência. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Comportamental Dialética, possui formação pela UNICAMP e certificações internacionais. Oferece atendimento personalizado, baseado em evidências, presencial e on-line, em português e inglês. Contato: 📞 (19) 4141-9003  | 📱 (19) 99184-0456 📧 fabiomfonseca@uol.com.br

  • Como Reconhecer e Lidar com Passivo-Agressivos

    Lidando com o Comportamento Passivo-Agressivo Muito provavelmente, todos já nos deparamos com alguém que demonstra comportamentos passivo-agressivos. Esse termo refere-se a uma hostilidade expressa de forma indireta, por meio de atitudes sabotadoras ou manipuladoras, em vez de ações ou palavras explícitas. Essas pessoas frequentemente evitam assumir responsabilidade e apresentam desculpas ou explicações alternativas para seus atos. É importante entender que estamos falando de um comportamento passivo-agressivo , e não necessariamente de um traço fixo de personalidade. Esse comportamento é geralmente uma reação situacional, desencadeada por estresse ou sentimentos de ameaça. No entanto, algumas pessoas acabam utilizando essa estratégia como um padrão recorrente de vida. Lidar com esse tipo de comportamento pode ser frustrante, pois ele raramente é confrontado diretamente. Aqui estão orientações para reconhecê-lo e abordá-lo de forma eficaz. Como Reconhecer o Comportamento Passivo-Agressivo Pessimismo e Comunicação Negativa Essas pessoas frequentemente se queixam e adotam um tom negativo. Elas raramente assumem responsabilidade, posicionando-se como vítimas e resistindo a abordagens diretas. Mesmo sugestões ou críticas construtivas podem ser interpretadas como ataques. Silêncio e Sabotagem Retenção de informações importantes, recusa em colaborar ou respostas evasivas como "Você sempre tem razão" são formas comuns de manipulação. Essas atitudes costumam expressar ressentimento ou desconforto, sem que sejam verbalizados diretamente. Procrastinação e Esquecimento Elas frequentemente atrasam tarefas, encontram desculpas para não cumprir acordos ou negam ter assumido compromissos. Sentem que prazos ou expectativas são injustos, adiando suas obrigações de forma deliberada. Falta de Compromisso com Regras Embora finjam aceitar regras ou decisões, frequentemente sabotam os processos de forma intencional, minando a execução e culpando os outros pelo fracasso. Execução pela Metade Tarefas realizadas de forma inadequada ou incompleta são usadas como forma de expressar resistência. Isso inclui entregas atrasadas, negligência com detalhes ou má qualidade intencional. Luta entre Autonomia e Dependência Pessoas passivo-agressivas frequentemente resistem a ser controladas, mas sem comunicar diretamente suas necessidades ou inseguranças. Esse padrão destrutivo visa manter a sensação de controle, mesmo à custa de relacionamentos e objetivos. Como Lidar com o Comportamento Passivo-Agressivo Se você identificou que está lidando com alguém assim, aqui estão estratégias práticas para minimizar os impactos: Não Reaja ao Comportamento Evite demonstrar irritação ou frustração. Reações negativas apenas reforçam o comportamento passivo-agressivo, perpetuando o ciclo. Mantenha a calma e controle sua resposta emocional. Evite Culpar ou Julgar Não critique ou ataque diretamente a pessoa, pois isso tende a intensificar a defensividade e a resistência. Em vez disso, mantenha o foco em soluções práticas e não personalize os problemas. Comunique-se de Forma Positiva e Assertiva Direcione a conversa para objetivos concretos e inclua a pessoa no processo de resolução. Perguntas como "Como podemos avançar juntos?" ou "O que podemos fazer para facilitar a conclusão dessa tarefa?" podem incentivar a colaboração. Seja Específico e Empático Aborde a questão com clareza e mostre como o comportamento impacta você ou a equipe. Por exemplo: No contexto pessoal: "Estou ansioso para viajar com você. Podemos decidir entre essas duas opções?" No trabalho: "Há algo que esteja dificultando a conclusão? O prazo até segunda-feira é suficiente para você?" Estabeleça Limites ou Retire-se Se o comportamento persistir e não houver progresso, avalie reduzir suas interações ao mínimo necessário. Direcione o relacionamento para objetivos específicos e busque parcerias alternativas, se possível. Em casos mais extremos, considere se vale a pena manter a relação. Comportamentos passivo-agressivos podem ser desgastantes, mas compreendê-los e abordá-los de forma estratégica pode reduzir significativamente os conflitos. Mantenha uma postura calma, assertiva e orientada para soluções. Lembre-se de que sua saúde mental e emocional é uma prioridade, e estabelecer limites pode ser essencial para preservar seu bem-estar. Dr. Fábio Martins Fonseca  é psiquiatra e psicoterapeuta com mais de 20 anos de experiência. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Comportamental Dialética, possui formação pela UNICAMP e certificações internacionais. Oferece atendimento personalizado, baseado em evidências, presencial e on-line, em português e inglês. Contato: 📞 (19) 4141-9003  | 📱 (19) 99184-0456 📧 fabiomfonseca@uol.com.br

  • Automutilação em Jovens e Adolescentes

    A Automutilação: Entendendo o Comportamento e Como Buscar Ajuda A automutilação é definida como qualquer comportamento intencional que cause danos ao próprio corpo, sem intenção consciente de suicídio. Esse comportamento, muitas vezes repetitivo, pode ocorrer em formas como cortes na pele, queimaduras e autoagressões físicas, geralmente nas áreas dos braços, pernas e abdômen. Embora frequentemente associada a adolescentes e adultos jovens, é mais comum do que se acreditava anteriormente. Por Que a Automutilação Ocorre? A automutilação é geralmente uma tentativa de lidar com emoções negativas intensas, como raiva, tristeza ou sensação de vazio. Ela pode ser uma forma de autopunição ou uma maneira de aliviar o desconforto emocional. Apesar de frequentemente ocorrer sem intenção suicida, é essencial avaliar o risco, pois pode estar associada a outros transtornos mentais ou comportamentos suicidas. Anteriormente considerada exclusiva de transtornos mentais graves, sabe-se hoje que a automutilação pode ocorrer em pessoas sem diagnósticos clínicos evidentes, muitas vezes sem acesso a tratamento adequado. Esse comportamento, quando ignorado, pode evoluir para condições mais graves, incluindo tentativas de suicídio. Principais Formas de Automutilação Cortar-se ou queimar-se; Bater no próprio corpo; Beliscar-se ou interferir na cicatrização de feridas; Quebrar ossos intencionalmente ou ingerir substâncias tóxicas. Geralmente, esse comportamento começa na adolescência, período marcado por impulsividade e reatividade emocional. Muitos adolescentes relatam pouca ou nenhuma sensação de dor ao se machucarem, e o comportamento pode adquirir características viciantes, tornando-se difícil de interromper. Fatores de Risco e Prevalência Estudos indicam que: Entre 13% e 23% dos adolescentes se envolvem em automutilação, com taxas mais altas em pesquisas recentes (até 50%); Adolescentes que se automutilam frequentemente relatam tentativas de suicídio anteriores, com 70% tendo pelo menos uma tentativa e 55% várias. Embora existam discrepâncias quanto à prevalência entre meninos e meninas, a automutilação é um problema significativo em ambos os sexos. Automutilação e Tentativas de Suicídio Embora distinta do comportamento suicida, a automutilação pode coexistir com ele. Para alguns adolescentes, machucar-se é uma tentativa de lidar com pensamentos suicidas, agindo como um mecanismo temporário de controle emocional. Isso torna essencial diferenciar as motivações e tratar ambas as condições de maneira adequada. Tratamento e Acompanhamento O tratamento para automutilação deve ser multidisciplinar, incluindo: Acompanhamento Médico Psiquiátrico:  Para avaliar e tratar possíveis comorbidades, como depressão ou ansiedade. Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (TCC):  Identifica gatilhos emocionais e ensina estratégias práticas para lidar com eles Terapia Dialética Comportamental (TDC):  Particularmente eficaz em casos graves, ajuda a desenvolver habilidades como: Consciência Plena (Mindfulness):  Para lidar com emoções de maneira mais equilibrada. Tolerância ao Mal-Estar:  Aprender a suportar situações desconfortáveis sem recorrer à automutilação. Regulação Emocional:  Identificar e gerenciar emoções intensas. Eficácia Interpessoal:  Melhorar a comunicação e os relacionamentos. Como Identificar e Abordar o Problema Se você acredita que alguém próximo pode estar se automutilando, aqui estão algumas perguntas úteis para iniciar a conversa: Alguma vez você cortou ou feriu sua pele intencionalmente? Já se machucou de propósito, como bater ou queimar-se? Quando se machucou, estava tentando aliviar alguma emoção difícil? Isso aconteceu diante de outras pessoas ou em segredo? Alguma vez pensou em se machucar como forma de lidar com a ideia de se machucar mais gravemente ou de se suicidar? Como Oferecer Apoio Acolha Sem Julgamentos:  Demonstre empatia e escute sem críticas. Valide os Sentimentos:  Mostre compreensão pela dor emocional da pessoa. Oriente a Busca por Ajuda Profissional:  Encaminhe para psicólogos ou psiquiatras especializados. Evite Pressões ou Minimizações:  Não diminua o sofrimento nem force soluções rápidas. Lembre-se de que a automutilação, embora alarmante, é uma forma de comunicação emocional. Com acolhimento e o tratamento certo, é possível superar esse comportamento e desenvolver formas saudáveis de lidar com as emoções. Dr. Fábio Martins Fonseca  é psiquiatra e psicoterapeuta com mais de 20 anos de experiência. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Comportamental Dialética, possui formação pela UNICAMP e certificações internacionais. Oferece atendimento personalizado, baseado em evidências, presencial e on-line, em português e inglês. Contato: 📞 (19) 4141-9003  | 📱 (19) 99184-0456 📧 fabiomfonseca@uol.com.br

  • Entendendo Ataques de Pânico e Transtorno do Pânico: Sintomas, Causas e Tratamentos

    O Que São Ataques de Pânico? Os ataques de pânico são episódios súbitos e intensos de medo que desencadeiam sintomas físicos como aceleração dos batimentos cardíacos, sensação de sufocamento e sudorese. Esses episódios geralmente atingem o pico em cerca de 10 minutos e desaparecem logo depois, mas podem deixar um impacto emocional significativo. Embora isolados não representem risco direto à saúde física, a recorrência pode levar ao Transtorno do Pânico, que afeta a qualidade de vida de forma significativa. Sintomas Comuns Durante um ataque de pânico, a pessoa pode experimentar: Sensação de sufocamento ou falta de ar; Aperto ou dor no peito, frequentemente confundidos com ataque cardíaco; Tremores, calafrios ou sudorese excessiva; Medo de perder o controle ou de morrer; Sensação de irrealidade ou desconexão com o próprio corpo (despersonalização). Esses sintomas, embora intensos, são temporários e não indicam uma ameaça física iminente. No entanto, o impacto emocional pode ser duradouro, especialmente se houver medo constante de novos episódios. Ataques de Pânico vs. Crises de Ansiedade Embora os termos sejam frequentemente confundidos, existem diferenças importantes: Crises de Ansiedade : Geralmente têm um gatilho específico e se desenvolvem gradualmente. Ataques de Pânico : Surgem repentinamente, sem um motivo aparente, e têm sintomas mais intensos e de curta duração. O Que É o Transtorno do Pânico? O Transtorno do Pânico é diagnosticado quando a pessoa apresenta ataques de pânico recorrentes e inesperados, acompanhados de preocupação constante com novos episódios ou mudanças comportamentais para evitá-los. Esse transtorno pode interferir de forma significativa na rotina e no bem-estar. Causas e Fatores de Risco Embora a causa exata dos ataques de pânico não seja totalmente compreendida, alguns fatores podem aumentar o risco: Fatores Biológicos: Desequilíbrios em neurotransmissores como serotonina e GABA. Histórico familiar de transtornos de ansiedade ou pânico. Fatores Ambientais e Psicológicos: Experiências traumáticas, especialmente na infância. Situações de estresse extremo ou prolongado. Outros transtornos, como depressão ou fobias específicas. O Modelo Cognitivo-Comportamental A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) explica como pensamentos, emoções e comportamentos estão conectados. Imagine o seguinte: você sente uma dor no peito. Embora possa ser algo simples, como má postura, quem sofre de ansiedade pode interpretar o sintoma como "Estou tendo um ataque cardíaco!" Esse pensamento causa medo, acelerando os batimentos cardíacos e intensificando os sintomas, criando um ciclo vicioso. Ao identificar e desafiar esses pensamentos automáticos, é possível interromper o ciclo e reduzir os impactos do ataque de pânico. Tratamentos Eficazes Combinando terapia e, em alguns casos, medicação, é possível controlar ou eliminar os ataques de pânico . Terapia: Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC):  Ajuda a identificar gatilhos, modificar pensamentos automáticos e adotar comportamentos saudáveis. Terapia de Exposição:  Trabalha gradualmente os medos em um ambiente controlado, reduzindo o impacto emocional e físico. Medicações: Antidepressivos (SSRIs e SNRIs):  Reduzem a frequência e intensidade dos ataques de pânico. Ansiolíticos (benzodiazepínicos):  Auxiliam no controle de episódios agudos, mas seu uso deve ser monitorado devido ao risco de dependência. Como Prevenir e Gerenciar Ataques de Pânico Embora nem sempre seja possível evitar ataques de pânico, algumas práticas podem ajudar na prevenção e manejo: Pratique exercícios regularmente e mantenha uma alimentação equilibrada. Evite substâncias como cafeína, álcool e cigarro, que podem intensificar a ansiedade. Adote técnicas de relaxamento, como respiração profunda e mindfulness. Cultive hábitos saudáveis para gerenciar o estresse do dia a dia. Buscando Ajuda Se os ataques de pânico estão prejudicando sua rotina, procure um profissional de saúde mental. Tratamentos como a TCC oferecem ferramentas práticas e baseadas em evidências para superar o medo e retomar o controle da sua vida. Lembre-se: entender que o pânico não é perigoso, apenas desconfortável, é um passo fundamental para a recuperação. Com orientação e suporte adequados, é possível viver sem as limitações impostas pelo Transtorno do Pânico. Dr. Fábio Martins Fonseca  é psiquiatra e psicoterapeuta com mais de 20 anos de experiência. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Comportamental Dialética, possui formação pela UNICAMP e certificações internacionais. Oferece atendimento personalizado, baseado em evidências, presencial e on-line, em português e inglês. Contato: 📞 (19) 4141-9003  | 📱 (19) 99184-0456 📧 fabiomfonseca@uol.com.br

  • O Impacto da Suplementação Inadequada de Testosterona e Esteroides Anabolizantes na Saúde Mental

    Riscos de Suplementação Inadequada de Testosterona para a Saúde Mental Riscos da Suplementação de Testosterona para a Saúde Mental Nos últimos anos, tenho observado um aumento preocupante de pacientes com quadros psiquiátricos desencadeados pelo uso inadequado de testosterona e esteroides anabólicos-androgênicos (AAS), muitas vezes prescritos por profissionais que não são especialistas. Esses medicamentos, geralmente utilizados por razões estéticas ou para desempenho físico, podem trazer consequências graves, especialmente para a saúde mental. Impactos Psiquiátricos Observados Transtornos de Humor : O excesso de testosterona pode causar instabilidade emocional, com episódios de depressão severa após a interrupção do uso e hipomania (euforia e agitação psicomotora) durante o consumo. Estudos indicam que atletas que utilizam doses elevadas dessas substâncias têm maior propensão a sintomas depressivos, agravados nos períodos de abstinência. Transtornos Alimentares e de Imagem Corporal : A busca por um corpo ideal frequentemente leva a condições como dismorfia muscular, em que o indivíduo se percebe pequeno ou fraco, mesmo possuindo músculos bem desenvolvidos. Essa obsessão pela imagem pode comprometer a autoestima e os relacionamentos interpessoais. Psicose e Agressividade : A "fúria esteroidal", caracterizada por explosões de raiva desproporcionais, é uma complicação documentada na literatura médica. Em casos mais graves, sintomas psicóticos, como paranoia e alucinações, podem surgir. Compulsão Sexual e Traços Impulsivos : Usuários de testosterona relatam frequentemente aumento de impulsividade e compulsão sexual, com dificuldade de controlar comportamentos relacionados. Impactos Físicos Associados Além das complicações psiquiátricas, o uso inadequado de testosterona pode prejudicar a saúde física, com riscos como: Problemas cardiovasculares : aumento do risco de infarto, AVC e hipertensão. Distúrbios hepáticos : danos ao fígado e tumores. Apneia do sono : agravamento dos sintomas. Problemas urológicos : como infertilidade e aumento da próstata. Alterações dermatológicas : acne severa e queda de cabelo. Indicações Médicas Válidas A suplementação de testosterona é indicada apenas em casos específicos e devidamente diagnosticados, como: Hipogonadismo primário ou secundário : níveis comprovadamente baixos de testosterona acompanhados de sintomas como fadiga e perda de massa muscular. Condições específicas : lesões testiculares, tumores hipofisários ou síndromes genéticas, como a síndrome de Klinefelter. Terapia hormonal em homens trans : conforme avaliação médica. Orientações para um Uso Seguro Se você considera a suplementação hormonal, é essencial procurar um especialista qualificado, como um endocrinologista devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina (CRM) e com Registro de Qualificação de Especialista (RQE). Esses profissionais são os mais preparados para avaliar a necessidade real do tratamento e conduzi-lo com segurança. Lembre-se:  a busca pela saúde deve sempre estar baseada em responsabilidade e orientação profissional. Evite práticas inadequadas que podem colocar sua saúde em risco. Cuide de você, e procure ajuda de um médico confiável para alcançar seus objetivos de maneira saudável e segura. Dr. Fábio Martins Fonseca  é psiquiatra e psicoterapeuta com mais de 20 anos de experiência. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Comportamental Dialética, possui formação pela UNICAMP e certificações internacionais. Oferece atendimento personalizado, baseado em evidências, presencial e on-line, em português e inglês. Contato: 📞 (19) 4141-9003  | 📱 (19) 99184-0456 📧 fabiomfonseca@uol.com.br

  • Depressão: Compreendendo as Causas e Tratamentos

    A depressão é muito mais do que uma simples tristeza. Ela é uma condição mental complexa, capaz de afetar profundamente nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos. A depressão pode comprometer gravemente a qualidade de vida, e seu tratamento deve levar em conta a interação entre fatores biológicos, psicológicos, sociais e ambientais. A seguir, algumas informações sobre as causas da depressão e como essas influências podem ser abordadas no tratamento. 1. Fatores Biológicos e Neuroquímicos A depressão está frequentemente associada ao funcionamento dos neurotransmissores, como serotonina, dopamina e noradrenalina, que influenciam diretamente o humor. Esse processo envolve mais do que um simples "desequilíbrio químico", sendo um mecanismo mais complexo relacionado à forma como o cérebro processa esses neurotransmissores. Exemplo: Se você já sentiu uma tristeza persistente sem motivo claro, isso pode estar relacionado a alterações nos neurotransmissores. Durante a consulta, podemos discutir o impacto dessas alterações e avaliar a necessidade de tratamentos específicos, como o uso de medicação ou terapia. 2. Fatores Genéticos e Epigenéticos A genética pode desempenhar um papel importante na predisposição à depressão, mas não determina completamente se a condição se desenvolverá. A interação entre os genes e o ambiente é fundamental. A epigenética, por exemplo, mostra como o ambiente pode influenciar a ativação ou desativação de certos genes. Exemplo: Se há casos de depressão em sua família, isso pode aumentar sua vulnerabilidade, especialmente em situações de estresse. Na consulta, investigamos o histórico familiar e discutimos como o ambiente pode estar influenciando sua saúde mental, buscando soluções que considerem esses fatores. 3. Fatores Psicológicos e Cognitivos A forma como uma pessoa pensa e processa suas experiências pode afetar diretamente o risco de desenvolver depressão. A ruminação, ou seja, a repetição de pensamentos negativos, e o sentimento de impotência diante de problemas são características psicológicas comuns em pessoas com depressão. Exemplo: Se você costuma reviver falhas ou situações negativas repetidamente, isso pode ser um sinal de que está preso em um ciclo de pensamentos depressivos. Durante as consultas, esses padrões podem ser identificados e abordados com a ajuda de técnicas como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), ajudando a promover o bem-estar emocional. 4. Fatores Sociais e Ambientais O ambiente ao redor pode ser um grande influenciador da depressão. Fatores como isolamento social, relacionamentos conflituosos e estresse crônico, como o desemprego, podem desencadear ou agravar a condição. Mesmo mudanças positivas, como um novo emprego, podem ser desafiadoras. Exemplo: Se uma grande mudança na sua vida, como a perda de um ente querido ou uma mudança de cidade, trouxe uma sensação de tristeza profunda, esses fatores podem estar ligados à depressão. Na consulta, avaliamos como os eventos da sua vida e sua rede de apoio estão influenciando seu estado emocional, buscando estratégias para lidar com esses desafios. 5. Fatores Hormonais Os hormônios desempenham um papel importante na regulação do humor. Desequilíbrios no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, que regula a resposta ao estresse, são comuns em pessoas com depressão. A depressão pós-parto, por exemplo, está relacionada às mudanças hormonais após o nascimento do bebê. Exemplo: Se você experimentou uma tristeza profunda após o parto, isso pode estar relacionado às mudanças hormonais. Na consulta, discutiremos como os hormônios podem estar influenciando seu humor e quais opções de tratamento podem ser mais adequadas para tratar esses sintomas. 6. Fatores de Saúde Física e Comorbidades A saúde física está intimamente ligada à saúde mental. Doenças crônicas, como diabetes e doenças cardíacas, muitas vezes andam de mãos dadas com a depressão. Lidar com essas condições pode ser emocionalmente desafiador. Exemplo: Se você enfrenta uma doença crônica e percebeu uma piora no humor, esses dois fatores podem estar inter-relacionados. Na consulta, levaremos em conta sua saúde física e como ela está conectada à sua saúde mental, buscando um tratamento que considere ambos os aspectos. 7. A Depressão em Diferentes Culturas e Contextos A forma como a depressão é vista varia conforme a cultura. Em algumas sociedades, ela é estigmatizada, o que pode dificultar a busca por tratamento. Além disso, a depressão sazonal, que ocorre em épocas do ano com menos luz solar, afeta muitas pessoas. Exemplo: Se você percebe que seu humor piora durante os meses de inverno, pode estar relacionado à falta de luz solar, o que afeta diretamente o seu estado emocional. Nas consultas, podemos abordar os fatores culturais e sazonais que podem estar influenciando sua saúde mental e buscar maneiras de amenizá-los. Dr. Fábio Martins Fonseca  é psiquiatra e psicoterapeuta com mais de 20 anos de experiência. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Comportamental Dialética, possui formação pela UNICAMP e certificações internacionais. Oferece atendimento personalizado, baseado em evidências, presencial e on-line, em português e inglês. Contato: 📞 (19) 4141-9003  | 📱 (19) 99184-0456 📧 fabiomfonseca@uol.com.br

  • Descubra Sua Identidade Narrativa e Transforme sua Vida

    Todos nós carregamos uma história em nossa mente, uma narrativa interna que molda profundamente quem somos, como interagimos com o mundo e como enfrentamos os desafios da vida. Essa "identidade narrativa" influencia nossas emoções, comportamentos e até nossas escolhas futuras. Refletir sobre essa história pode ajudar a alinhar a vida aos valores e objetivos pessoais. O que é identidade narrativa? A identidade narrativa é um conceito psicológico que se refere à história interna que criamos sobre nós mesmos. Ela não é estática, sendo constantemente revisada conforme vivemos novas experiências. Desenvolvida pelo psicólogo Dan McAdams, essa ideia sugere que buscamos sentido em nossas vidas por meio dessas narrativas pessoais. Compreender essa narrativa é fundamental, pois impacta diretamente como nos vemos, como interagimos com os outros e como enfrentamos adversidades. Por que sua identidade narrativa é importante? A forma como contamos nossa história afeta diversos aspectos da vida: Autoestima : Influencia como nos vemos e nos valorizamos. Resiliência : Determina nossa capacidade de lidar com adversidades. Relacionamentos : Afeta como nos conectamos com as pessoas ao nosso redor. Decisões : Nossas escolhas são muitas vezes guiadas pela narrativa que criamos. Bem-estar : Impacta diretamente nossa saúde mental e emocional. Explorar como a narrativa pessoal influencia a vida pode ser uma ferramenta útil para reconhecer padrões que talvez limitem o crescimento ou o bem-estar. Como reescrever sua identidade narrativa? Reescrever sua história pode ser transformador, e esse processo pode ser dividido em três etapas principais: Passo 1: Revisitar o passado Esse primeiro passo envolve explorar as primeiras memórias, a dinâmica familiar, influências culturais e relacionamentos que moldaram crenças e valores. Perguntas como "Qual é sua primeira memória?" ou "Quais valores sua família enfatizava?" podem ajudar a entender como essas experiências moldaram a identidade. Passo 2: Refletir sobre momentos marcantes Focar em eventos significativos da vida — conquistas, desafios e momentos de mudança — ajuda a refletir sobre como essas experiências moldaram quem você é hoje. Perguntas como "Quais são suas maiores realizações?" ou "Como você lidou com seus maiores desafios?" podem ser úteis nessa fase. Passo 3: Olhar para o futuro Nessa etapa, o foco é identificar objetivos e desejos, reconhecendo e ajustando partes da história que podem estar limitando o desenvolvimento pessoal. Perguntas como "Quais são seus objetivos de curto e longo prazo?" ou "Quais valores são mais importantes para você neste momento?" ajudam a direcionar a narrativa futura. Integrando essas reflexões na prática Ao explorar essas questões, é possível identificar padrões que limitam o progresso e trabalhar para superá-los. Algumas etapas que podem ser aplicadas no cotidiano incluem: Identificar padrões limitantes : Reconhecer crenças que podem estar restringindo o crescimento, como o medo de falhar. Desenvolver autocompaixão : Tratar a si mesmo com gentileza, reconhecendo que todos cometem erros. Adotar uma mentalidade de crescimento : Aceitar que habilidades e aspectos de si podem ser desenvolvidos com esforço e prática. Estabelecer metas alinhadas aos valores : Definir objetivos que reflitam o que é realmente importante. Buscar apoio : Envolver-se com pessoas que compartilham metas ou que podem apoiar durante a jornada. A importância da flexibilidade narrativa Uma identidade narrativa flexível permite uma melhor adaptação às mudanças da vida. Reescrever partes da história que já não servem mais pode ajudar a desenvolver resiliência e estar mais preparado para enfrentar desafios futuros. Dr. Fábio Martins Fonseca  é psiquiatra e psicoterapeuta com mais de 20 anos de experiência. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Comportamental Dialética, possui formação pela UNICAMP e certificações internacionais. Oferece atendimento personalizado, baseado em evidências, presencial e on-line, em português e inglês. Contato: 📞 (19) 4141-9003  | 📱 (19) 99184-0456 📧 fabiomfonseca@uol.com.br

  • Como Lidar com Pessoas Narcisistas: Dicas Práticas e Apoio Personalizado

    Conviver com uma pessoa narcisista pode ser desgastante, deixando você confuso e emocionalmente exausto. Narcisistas têm uma tendência a manipular, controlar e desconsiderar os sentimentos dos outros. Se você está enfrentando esse desafio, é possível proteger sua saúde emocional e encontrar equilíbrio. O que é o narcisismo? O narcisismo vai além de uma autoestima exagerada. Indivíduos com traços narcisistas ou Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN) buscam constante admiração e, muitas vezes, não se importam com as necessidades dos outros. No TPN, essas características são mais intensas, afetando negativamente os relacionamentos. Efeitos do narcisismo nos relacionamentos Conviver com um narcisista pode fazer você se sentir desvalorizado e isolado. Eles podem: Manipular suas emoções e fazer com que você duvide de suas percepções (conhecido como "gaslighting"). Desgastar sua autoestima ao projetar suas falhas em você. Criar um ambiente de constante crítica e controle, dificultando a construção de relações saudáveis. Estratégias para lidar com narcisistas Aqui estão algumas dicas práticas que podem ajudar a lidar de maneira mais saudável com essas situações: Manter a calma : Narcisistas costumam provocar reações emocionais para ganhar controle. Aprender técnicas de regulação emocional pode ajudar a manter a calma e o controle da situação. Usar respostas curtas e objetivas : Quanto menos você compartilhar, menos eles terão para usar contra você. Respostas assertivas e eficazes podem ser úteis nesse tipo de interação. Estabelecer limites claros : Definir e manter limites é essencial para proteger seu bem-estar. Registrar por escrito : Documentar interações importantes, como mensagens ou e-mails, pode evitar distorções futuras. Usar frases desarmadoras : Algumas respostas podem ser eficazes para neutralizar comportamentos manipuladores. Reconhecer o "gaslighting" : Se você já questionou sua própria memória ou percepção por causa do comportamento de alguém, é importante trabalhar a confiança em suas percepções e identificar os sinais de "gaslighting". Não reagir emocionalmente : Narcisistas prosperam em confrontos emocionais, e manter uma postura calma e centrada pode proteger sua paz interior. Focar em suas necessidades : Priorizar seu bem-estar é fundamental para manter o equilíbrio emocional. Criar um sistema de suporte : O isolamento é um dos efeitos mais prejudiciais de um relacionamento com um narcisista. Fortalecer uma rede de apoio pode ser um grande passo para se sentir mais seguro e valorizado. Quando é hora de sair? Se você se sente constantemente esgotado, manipulado ou questiona quem você é, pode ser o momento de reconsiderar o relacionamento. Refletir sobre essa decisão de maneira cuidadosa e segura é essencial para seu bem-estar emocional. Dr. Fábio Martins Fonseca  é psiquiatra e psicoterapeuta com mais de 20 anos de experiência. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Comportamental Dialética, possui formação pela UNICAMP e certificações internacionais. Oferece atendimento personalizado, baseado em evidências, presencial e on-line, em português e inglês. Contato: 📞 (19) 4141-9003  | 📱 (19) 99184-0456 📧 fabiomfonseca@uol.com.br

  • Intervenção Ambiental no Tratamento do Burnout: Abordagem Holística e Integração com a Medicina Ocupacional

    O burnout é uma síndrome que resulta do estresse crônico no trabalho, caracterizado por exaustão emocional, despersonalização e sensação de diminuição da realização pessoal. Esse esgotamento emocional resulta da sobrecarga e da falta de equilíbrio entre as demandas do trabalho e os recursos emocionais do indivíduo. A despersonalização se manifesta como uma atitude negativa ou distanciada em relação ao trabalho, enquanto a diminuição da realização pessoal se refere à percepção de ineficácia e falta de sucesso no desempenho de suas funções. Fatores Individuais do Burnout Em minhas consultas, levo em conta vários  fatores individuais que podem predispor o paciente ao burnout. Estes fatores incluem: Perfecionismo : Identifico se o paciente estabelece padrões muito altos para si mesmo, o que pode levá-lo a uma busca incessante pela perfeição, resultando em esgotamento. Alta Dedicação ao Trabalho : Analiso se o paciente se dedica excessivamente ao trabalho a ponto de negligenciar outras áreas da vida, algo que pode desencadear burnout. Baixa Autoestima e Autocrítica : Avalio se o paciente tem uma visão negativa de suas capacidades, sendo excessivamente autocrítico, o que pode aumentar a vulnerabilidade ao esgotamento. Dificuldade em Delegar ou Pedir Ajuda : Investigo se o paciente demonstra dificuldade em delegar tarefas ou pedir apoio, o que pode levar à sobrecarga. Sensibilidade ao Estresse : Observo como o paciente lida com situações estressantes, identificando uma possível sensibilidade exacerbada que possa predispor ao burnout. Falta de Habilidades de Gestão do Tempo : Discuto com o paciente suas habilidades de gestão do tempo, ajudando-o a entender como a falta de priorização pode contribuir para o estresse crônico. Estilo de Enfrentamento Ineficaz : Analisamos juntos as estratégias, comportamentos e pensamentos utilizados, buscando alternativas mais saudáveis que possam ajudar a lidar melhor com o estresse. Condições Psicológicas Pré-existentes : Considero quaisquer condições psicológicas que possam amplificar a resposta ao estresse e aumentar a suscetibilidade ao burnout. Pilares Ambientais do Burnout Além dos fatores individuais, também exploro os pilares ambientais do burnout durante as consultas. Esses pilares são aspectos do ambiente de trabalho que influenciam o desenvolvimento do burnout: Carga de Trabalho : Pergunto sobre a carga de trabalho e o volume de demandas enfrentadas pelo paciente para entender o nível de sobrecarga. Controle : Investigo o quanto o paciente tem controle sobre suas tarefas e decisões no trabalho, pois a falta de autonomia pode ser um agente de estresse. Recompensas : Busco entender se o paciente sente que seus esforços são devidamente reconhecidos e recompensados. Comunidade : Avalio a qualidade das interações no local de trabalho, se há apoio social, respeito e colaboração ou se há conflitos frequentes. Equidade : Discuto a percepção de justiça no ambiente de trabalho do paciente, investigando se ele sente que é tratado de forma justa. Valores : Identifico se há um desalinhamento entre os valores do paciente e os da organização onde trabalha, o que pode gerar desmotivação. Como  Abordo o Burnout em Minhas Consultas  É importante reconhecer que o burnout não é apenas uma questão de estresse pessoal; ele também está profundamente ligado ao contexto organizacional e às condições de trabalho. Isso, muitas vezes, é negligenciado nas intervenções terapêuticas em pacientes com burnout. Plano de Intervenção Abrangente Com base na avaliação inicial, desenvolvo um plano de intervenção que abrange tanto os aspectos individuais quanto ambientais. Este plano é adaptado às necessidades e ao contexto específico do paciente e pode incluir as seguintes etapas: Psicoterapia Personalizada : Recomendo Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ou outras abordagens psicoterapêuticas, que ajudem o paciente a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento que contribuem para o burnout. Trabalhamos no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento eficazes, como técnicas de relaxamento, mindfulness, e habilidades de comunicação assertiva. Estratégias de Autocuidado e Gestão do Tempo : Encorajo o paciente a incorporar práticas de autocuidado em sua rotina, como exercícios físicos, sono adequado, alimentação balanceada, e atividades de lazer. Também ofereço orientações para melhorar a gestão do tempo e estabelecer limites saudáveis entre a vida pessoal e profissional. Intervenção Medicamentosa, Quando Necessário : Nos casos em que o paciente apresenta sintomas proeminentes de ansiedade ou depressão associados ao burnout, a intervenção medicamentosa deve ser indicada. Trabalho em colaboração com o paciente para monitorar os efeitos dos medicamentos e ajustar o tratamento conforme necessário. Promoção de Intervenção Ambiental via Medicina Ocupacional : Uma parte fundamental do meu plano de intervenção inclui, sempre que possível, uma colaboração com os serviços de medicina ocupacional da organização onde o paciente trabalha. A medicina ocupacional desempenha um papel crucial na melhoria do ambiente de trabalho, ajudando a identificar e modificar os fatores estressantes que contribuem para o burnout. Recomendo ações como: Revisão da Carga de Trabalho e Estrutura Organizacional : Sugiro que a empresa revise a carga de trabalho e considere uma redistribuição mais equilibrada das tarefas, além de proporcionar pausas regulares e tempos de descanso adequados. Aumento da Autonomia e Controle : Incentivo a organização a oferecer mais autonomia e controle aos funcionários sobre suas tarefas e decisões diárias, o que pode reduzir a sensação de impotência e aumentar a motivação. Reconhecimento e Recompensas : Recomendo a implementação de políticas de reconhecimento e recompensa que valorizem os esforços dos funcionários, como programas de feedback positivo e oportunidades de crescimento. Desenvolvimento de Programas de Apoio Psicológico e Social : Sugiro a criação de grupos de apoio no local de trabalho, workshops de resiliência e treinamento em habilidades de comunicação, além de oferecer apoio psicológico através de profissionais qualificados. Promoção de um Ambiente Justo e Equitativo : Encorajo a empresa a garantir transparência nas políticas de promoção e recompensa, e a tratar todos os funcionários de forma justa e equitativa, minimizando sentimentos de injustiça que possam contribuir para o burnout Feedback Contínuo e Ajustes no Plano de Tratamento : Monitoro o progresso do paciente de forma contínua e ajusto o plano de tratamento conforme necessário. Esse acompanhamento próximo permite que intervenções sejam feitas em tempo real, adaptando-se às necessidades emergentes do paciente.   ​  A abordagem do burnout deve, sempre que possível, envolver um plano de intervenção abrangente que considere tanto os fatores individuais quanto os ambientais. Ao integrar a medicina ocupacional como parte importante da estratégia, busco assegurar que o paciente receba suporte não apenas para lidar com o estresse pessoal, mas também para colaborar na identificação e modificação das condições de trabalho que possam estar contribuindo para o esgotamento. Reconheço que a implementação de mudanças em ambientes de trabalho pode ser desafiadora e que nem sempre há receptividade imediata. No entanto, ao documentar cuidadosamente os casos e os impactos do burnout, podemos promover um diálogo construtivo com as organizações, incentivando a adoção de práticas que beneficiem todos os funcionários. Um enfoque colaborativo e multidisciplinar, que envolva o paciente, os profissionais de saúde e a gestão das empresas, é fundamental para promover uma recuperação sustentável,  bem-estar a longo prazo, bem como ajudar a prevenir o surgimento de novos casos. Maslach, Christina; Leiter, Michael P. (1997). The Truth About Burnout: How Organizations Cause Personal Stress and What to Do About It . San Francisco: Jossey-Bass Publishers. Neste livro, Christina Maslach e Michael Leiter exploram em profundidade os fatores individuais e organizacionais que contribuem para o burnout. A obra oferece insights sobre como identificar os sintomas, compreender as causas subjacentes e implementar estratégias eficazes para superar a síndrome, alinhando-se aos temas abordados no seu texto. Dr. Fábio Martins Fonseca  é psiquiatra e psicoterapeuta com mais de 20 anos de experiência. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Comportamental Dialética, possui formação pela UNICAMP e certificações internacionais. Oferece atendimento personalizado, baseado em evidências, presencial e on-line, em português e inglês. Contato: 📞 (19) 4141-9003  | 📱 (19) 99184-0456 📧 fabiomfonseca@uol.com.br

  • Indecisão: Quando a Dúvida se Torna um Sintoma Psiquiátrico

    A indecisão pode parecer uma dificuldade cotidiana, mas, para muitas pessoas, ela é um sintoma central de diversos transtornos mentais. Em muitos casos, tomar decisões se torna um fardo tão grande que a qualidade de vida é gravemente afetada. No entanto, com o tratamento adequado, essa dificuldade pode ser compreendida e superada. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem eficaz para identificar e modificar os padrões de pensamento que alimentam a indecisão. A seguir, são descritas algumas formas de como a indecisão se manifesta em diferentes diagnósticos psiquiátricos e como o modelo cognitivo pode auxiliar a tomar decisões com mais confiança. Como os Pensamentos Afetam a Indecisão em Diferentes Transtornos Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) No TOC, a indecisão pode estar ligada ao medo de cometer erros ou de enfrentar consequências negativas, fazendo da busca pela perfeição um processo paralisante. Exemplos de Pensamentos e Crenças no TOC: Pensamentos Automáticos : "Se eu escolher a roupa errada, algo ruim vai acontecer"; "E se eu esquecer de trancar a porta?" Regras Pessoais : "Preciso ter controle sobre tudo para me sentir seguro"; "Se eu não fizer tudo perfeitamente, serei culpado." Com a TCC, esses pensamentos automáticos e crenças podem ser identificados e desafiados, ajudando a interromper o ciclo de busca por certeza absoluta, tornando as decisões mais naturais e menos angustiantes. Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) No TAG, a preocupação com o futuro e a antecipação de possíveis problemas podem dificultar a tomada de decisões, amplificando a indecisão. Exemplos de Pensamentos e Crenças no TAG: Pensamentos Automáticos : "O que vai acontecer se eu tomar a decisão errada?"; "E se algo der errado?" Regras Pessoais : "Preciso prever e evitar todas as possíveis catástrofes"; "Se eu não me preocupar, algo ruim vai acontecer." A TCC ajuda a reduzir a necessidade de garantias absolutas, permitindo que se tome decisões com mais confiança, mesmo em meio à ansiedade. Depressão Na depressão, a falta de energia e a baixa autoestima podem tornar a tomada de decisões um grande desafio. Exemplos de Pensamentos e Crenças na Depressão: Pensamentos Automáticos : "Eu não sou bom o suficiente para tomar essa decisão"; "Qualquer escolha que eu fizer será errada." Regras Pessoais : "Eu não tenho valor"; "Sou um fracasso." Por meio da TCC, esses pensamentos podem ser identificados e desafiados, ajudando a restaurar a confiança e motivação, facilitando a tomada de decisões, mesmo em momentos de desmotivação. Transtorno Bipolar Durante os episódios depressivos do transtorno bipolar, a indecisão pode ser paralisante, enquanto, nos episódios de euforia, as decisões podem ser impulsivas e precipitadas. Exemplos de Pensamentos e Crenças no Transtorno Bipolar: Pensamentos Automáticos (episódios depressivos) : "Não tenho energia para tomar decisões"; "Não importa o que eu fizer, nada vai mudar." Regras Pessoais : "Sou um peso para as pessoas"; "Não tenho futuro." Reconhecer como os ciclos de humor afetam as decisões é uma parte importante do tratamento. A TCC pode ajudar a manter um equilíbrio entre a impulsividade e a indecisão, independentemente do estado de humor. Transtornos de Personalidade Transtorno de Personalidade Dependente: A necessidade de aprovação dos outros pode dificultar a tomada de decisões independentes. Transtorno de Personalidade Evitativa: O medo da rejeição pode levar a evitar decisões, especialmente em situações sociais. Em ambos os casos, a TCC pode fortalecer a autoconfiança e independência, ajudando a tomar decisões de forma mais assertiva, sem depender da aprovação alheia ou do medo de julgamentos. Fatores Psicológicos e Situacionais que Contribuem para a Indecisão Além dos transtornos psiquiátricos, certos fatores psicológicos e situações específicas podem intensificar a indecisão: Falta de Informações : Tomar decisões sem informações suficientes pode causar hesitação. Medo do Fracasso : O receio de errar pode paralisar a capacidade de escolha. Perfeccionismo : A busca incessante pela perfeição impede que decisões sejam tomadas. Baixa Autoestima : Falta de confiança nas próprias habilidades torna a tomada de decisões mais difícil. Em cada uma dessas situações, a TCC pode ser uma ferramenta útil para abordar e enfrentar esses desafios. Conclusão A indecisão pode ser debilitante para muitas pessoas, mas existem maneiras de superar esse desafio. O modelo cognitivo da TCC oferece uma abordagem eficaz para identificar e modificar os padrões de pensamento que alimentam a indecisão, permitindo maior confiança e clareza na tomada de decisões. Dr. Fábio Martins Fonseca  é psiquiatra e psicoterapeuta com mais de 20 anos de experiência. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Comportamental Dialética, possui formação pela UNICAMP e certificações internacionais. Oferece atendimento personalizado, baseado em evidências, presencial e on-line, em português e inglês. Contato: 📞 (19) 4141-9003  | 📱 (19) 99184-0456 📧 fabiomfonseca@uol.com.br

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